sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Psicóloga x Cazuza!


Uma psicóloga que assistiu ao filme escreveu o seguinte texto:

"Fui ver ao filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados..
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.
São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?
Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.
Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?
Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .
Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre."

Karla Christine
Psicóloga Clínica
É isso aí!
Shalom

5 comentários:

A.C. disse...

concordo plenamente, não vi o filme mas pelo que eu sei,é mostrado como se tudo o que ele fez tivessem sido coisas bonitas e necessárias à vida...
bjus!

Unknown disse...

Os pais são sim responsáveis pela educação que temos, mas não pelas escolhas que fazemos quando adquirimos conhecimento das coisas que nos cercam na sociedade a qual estamos inseridos.
Então por que julgar um cara como Cazuza?
Você sabe os problemas que o levaram a agir da forma com a qual ele agia?
Acho que não.
O que o filme retrata é a poesia e a intensidade do ser complexo que ele era apesar de todos os seus problemas, a forma linda como ele conseguia falar de amor...
Ou você acha que o fato do pai dele ser dono da Som Livre o torna um pai herói?
Também acho que não.
Se não quer que sua filha assista o que provavelmente ela verá com os próprios olhos futuramente, dê a educação que acha correta...
Sem julgar pessoas, ou fatos nos quais a senhora só teve conhecimento limitado de uma obra cinematográfica, que apesar de nos levar a um mundo verídico... não faz com que conheçamos o interior das pessoas...
Ah... E dizer NÃO as vezes resulta em tragédias muito maiores... Ou a senhora pensa que sua filha nunca irá atingir a maior idade?
Então não jogue pedra no telhado dos outros... Pois como mãe o seu é de vidro.


Luana.

Liquinha Linda disse...

Calma Luh, não devemos levar as coisas a ferro e fogo!
Acho que todos temos liberdade para termos e expormos nossas opiniões.
Há no Brasil muitos fãs de Cazuza, e há muitos que encaram sua vida como uma sucessão de erros e tragédias.
Devemos respeitar a opinião de cada um e separar o artista que ele foi da pessoa com escolhas que fez tbm.
Vc tem este espaço aberto sempre para expor seus pensamentos.
Um abraço e até mais!!!

Shalom
Lídia Cavalcanti

Unknown disse...

Cara Liquinha!
Temos liberdade sim para expor as nossas opiniões, mas isso não significa que devemos sair por aí julgando e condenando alguém de marginal pela vida que levava, Cazuza não fazia mal à ninguém exceto à ele mesmo e antes de escrever um texto como esse, a "psicóloga" deveria ter pensado um pouco sobre o que o levou agir dessa maneira.
Ficar por aí denegrindo a imagem de um cara como o Cazuza ou a sua família é simplesmente ridículo, ninguém precisa lembrá-los dos sofrimentos que passaram por ter um filho problemático,quem garante que tudo o que ocorreu foi apenas erro educacional ? Porém acho que devem se orgulhar pelo poeta que ele foi, sem dúvidas a "psicóloga" não deve conhecer a fundo sua obra e sua poesia...
Já que o seu pensamento de resume a um Cazuza louco e drogado, ela que dê a sua filha a educação que acha que deve ser dada, sem sair por aí querendo organizar movimentos para denegrir uma imagem que só tem que ser aplaudida, não pelas atitudes que ele tinha com relação ao seu eu, e sim pela coragem de assumir quem ele era e enfrentar de cabeça erguida, sair na capa da Veja e mostrar pro país que tinha sim AIDS e de certa forma ser útil ao combate do preconceito à doença que por sinal era muito mais forte na época...
Como havia dito como psicóloga a Drª Karla jamais poderia tomar tal posição como PSICÓLOGA.
Se ela tem repúdio pelo artista que Cazuza era, deveria ter se exposto como pessoa sem atribuir formação acadêmica à isso...
Se nem Cristo permitiu que Maria Madelena fosse apedrejada, quem ela pensa que é pra sair por aí julgando uma família e uma história apenas pelos conhecimentos limitados que possui?
As coisas foram levadas a ferro e a fogo pela Doutora, ela apenas defendeu um pensamento ignorante (que significa um pensamento superficial e sem conhecimento) e teve os seu apelo exibicional exposto pela mídia... Isso não à engrandeceu como profissional e sim denegriu a sua imagem como ser humano imparcial e hipócrita que acha que tem poder para apontar o dedo para o lado e julgar as pessoas...
Cazuza foi sim um poeta, sabia o que dizia e a sua obra tem que ser analisada não pela forma com que ele agia no seu pessoal, mas sim o que ele queria transmitir na sua mensagem de amor e consiência não só pela vida, mas pela sociedade também.
Talvez a Doutora pudesse nos honrar assim como Cazuza fez, expondo sua vida particular e seus problemas, quem sabe ela encontre pessoas que a vejam da forma com a qual eu vejo Cazuza, ou talvez ela encontre pessoas como ela dispostas a atirar mais uma pedra.

Luana

Liquinha Linda disse...

É verdade, ele foi um grande poeta, escreveu lindas canções, cometeu erros medonhos que não devem ser imitados, e sofreu muuuuuuuuuito as consequências de suas escolhas.
Lamento que tenha sido assim. Se ele fosse meu amigo na época, gostaria de poder tê-lo ajudado. Lamento a forma lenta e dolorosa que morreu e também o sofirmento que a sua família e amigos passaram por amá-lo tanto, sem contar os fãs, que acompanharam toda sua tragetória.
Concordo com vc que não devemos julgar as pessoas, nem tão pouco atirar pedras em suas histórias, sejam elas alegres ou tristes.
Ah se pudéssemos fazer escolhas diferentes na vida. Mas nós podemos aprender com os erros das pessoas que admiramos, e podemos manter nossos valores, mesmo que as outras pessoas os transgridam.
Não vamos mais atirar pedras nele, certo? Vamos respeitar sua história. Vamos construir a nossa sem tropeçar onde ele tropeçou. Vamos ser tão talentosos quanto ele foi e fazer "um amor inventado".
Xero pra vc!!

Shalom