segunda-feira, 7 de abril de 2008

Quando as nossas flores são de plástico


Quando nossas flores são de plástico não sentimos o perfume das pétalas, a textura de sua pele floral, o encanto que só a natureza sabe fazer, a atração que a flor gera nas abelhas... não podemos espalhar o seu pólem, nem dar início a novas flores, não podemos chamar esta estação de primavera.

Quando as nossas flores são de plástico não sentimos desejo que dá-las a alguém que amamos de presente, não a vemos desabrochar com os toques dos raios solares, não a vemos se alegrar com o respingar das gotas de orvalho...

Se nossas flores são de plástico, talvez nossa vida seja artificial e finjamos ter um encanto que de fato não temos. Se nossas flores forem de plástico, talvez ainda possamos ter o espírito de Pinóquio, que não era gente, mas o quis ser, porque ser de mentira não tinha graça alguma, não tinha emoção. A beleza está em ser de verdade, mesmo que não dure tanto tempo, mas que deixe seu toque, que eterniza momentos de nossa vida.

Não podemos mais aceitar que nossas flores sejam de plástico, pois temos muito o que fazer, temos muitos para amar, temos um mundo que espera por nós e espera que nós façamos diferença.

As flores de verdade não se detém diante da praga da depressão ou do medo, não se estaguinam em frente à baixa auto-estima, não reclama da vida, nem joga em Deus a culpa por todas as mazelas deste século.

As flores de verdade seguem seu curso na natureza, cumprem a missão para qual foram chamadas a existir. Nascem botão, mas morrem deixando um rastro de perfume e encanto. Deixam saudades nas lágrimas que correram e no pranto que secaram, no sorriso largo, no coração acelerado, nas pernas trêmulas de um ser apaixonado. As flores de verdade quando retiradas de junto de sua raiz, ainda continuam a encantar... eu quero sempre ser uma flor de verdade, porque as flores de plástico podem até ser bonitas, mas nunca serão flores de verdade.


*********************** Lídia Cavalcanti

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