segunda-feira, 14 de abril de 2008

Chuva de lembranças


Domingo, tarde chuvosa, água lavando a rua e me levando a pensar no tempo em que eu era ainda uma criança e morava no sertão, e olhava a chuva encantada, pensando que era um milagre.
De tardinha chovia e fazia sol, eu achava tão lindo, pensava na vida, no futuro tão incerto da minha vida, sentia algo especial, como se Deus estivesse querendo me dizer algo, mas eu não entendia a voz de Deus...
Eu sentava na janela para olhar a chuva cair, gostava de quase tudo nela. Gostava de seu som, de seu cheiro ao molhar a terra, do friozinho que ela trazia, só não gostava das goteiras que tinha dentro de casa. Ela uma folia entre as crianças.
Tempo bom aquele... tempo bom!
Eu tinha um medão dos trovões, mas que depois foi superado quando entendi que esse barulhão estava apenas avisando que o perigo foi embora. O medo passou também porque entendi que se Deus é dono da minha vida, e eu ainda não vivi algumas de suas promessas, isso significa que não tem raio tem trovão capaz de frustrar seus planos, então pude descansar...
A chuva me faz pensar também nas pessoas que sofrem por falta de infra-estrutura lá nos morros, penso nas outras pessoas, aquelas que vivem nas ruas da cidade, sem família, sem lar, sem esperança, sem Deus, sem dignidade... penso nas cidades que ficam alagadas e sou grata a Deus, porque não sou melhor que aquelas pessoas, mas a Sua misericórdia continua nos protegendo.
Penso no que eu poderia fazer e não faço e penso no que eu não posso fazer e lamento.
Ah, chuva que Deus dá... Ele sabe porque dá e sabe a intensidade em que dá...

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